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Recuperação de vendas anima calçadistas

A tímida recuperação registrada na demanda doméstica por calçados, tanto no mercado interno como internacional, animou os calçadistas para 2018. Embora o clima seja de cautela, pois trata-se de um ano com muitos feriados e eventos, como Copa do Mundo de futebol e eleições, a inadimplência em queda, a inflação e os juros baixos e a retomada da confiança por parte do consumidor formam um contexto de projeção positiva. Essa foi a tônica da coletiva de imprensa da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), realizada hoje, dia 16, na 45ª edição da Couromoda, feira calçadista que lança mais de duas mil coleções de calçados e acessórios até o dia 18, no Expo Center Norte, em São Paulo/SP.

Saudando a união entre entidades setoriais da cadeia coureiro-calçadista, o presidente da Couromoda, Francisco Santos, ressaltou que, com as condições econômicas favoráveis – e as reformas necessárias para o ajuste das contas públicas – aliadas aos esforços do setor para a adaptação às condições de mercado, a expectativa é de retomada. “Essa é a melhor Couromoda dos últimos quatro anos e tenho convicção de que, com o esforço conjunto dos empresários, iremos consolidar a posição do Brasil como um dos maiores produtores de calçados do mundo, o maior fora da Ásia”, disse.

O presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, destacou o leve crescimento no varejo ao longo de 2017, impulsionado sobretudo pela queda da inflação. Segundo ele, o incremento nas vendas internas, embora ainda tímidos, foram importantes para que a produção de calçados aumentasse mais de 3% ao longo do ano, mas o que “salvou” o setor foram as exportações. “A Abicalçados trabalha com duas preocupações quando se trata de análise de mercado, a demanda doméstica e o impacto da competitividade nas exportações”, comentou. Com isso, o executivo avaliou que o crescimento das vendas internacionais no ano passado, de 1,2% em pares e 9,3% em receita em relação a 2016 (127 milhões de pares por US$ 1,09 bilhão, o melhor resultado desde 2013), teve papel determinante para o desempenho do setor calçadista.

Desafios estruturais
Embora comemorando o resultado de 2017, Klein destacou que os desafios para a indústria ainda são grandes, já que esse número ainda está muito aquém de performances anteriores – quando o setor gerou quase U$ 2 bilhões com embarques e conseguiu grandes índices de crescimento no varejo.

Levantando as questões estruturais que afetam diretamente o desempenho do segmento, como a alta carga tributária e os altos custos logísticos e trabalhistas, o executivo ressaltou que a Abicalçados também tem trabalhado fortemente com iniciativas que permitam uma melhora da competitividade da indústria no “intramuros” e que não dependam do poder público. “Dentro deste contexto, a Abicalçados tem trabalhado ações que permitam uma maior competitividade para a indústria, especialmente por meio de inciativas como as do âmbito do Future Footwear, que buscam incorporar novos modelos de negócios, processos de produção e tecnologia em produto no segmento”, apontou, dando exemplos práticos como o projeto SOLA, que através da automação logística promoveu a economia de R$ 500 mil em um ano para uma grande calçadista nacional.

Expectativa
Para 2018 a expectativa é de uma estabilidade na produção de calçados, apesar da previsão da Associação Brasileira dos Lojistas de Calçados e Artefatos (Ablac) de um crescimento na faixa de 3,5% nas vendas. “O câmbio tem papel determinante no desempenho da indústria. O dólar menos valorizado, além de encarecer o nosso produto para o comprador estrangeiro, acaba favorecendo as importações, que podem usufruir mais da expectativa do reaquecimento do mercado doméstico”, comentou Klein.

O presidente do Conselho Deliberativo da Abicalçados, Rosnei Alfredo da Silva, também foi comedido quando questionado sobre as expectativas dos produtores de calçados. “A analogia que fazemos é simples. Na virada do ano, nos brindes, todos pensam em crescer. As empresas são como as pessoas e uma entidade que representa o setor não pode falar de sonhos, mas da realidade”, disse Silva.

Varejo
Também participando da coletiva da Abicalçados, o presidente da Ablac, Marcone Tavares, ressaltou que apesar da queda de quase 9% no volume de vendas, o varejo brasileiro teve um incremento de 4,9% na receita ao longo de 2017. “Os números mostram que o consumidor brasileiro está mais consciente, agindo menos por impulso, o que tem promovido uma maior profissionalização do varejo, um amadurecimento positivo para o setor”, disse, acrescentando que o preço médio do calçado vendido avançou 12,7% ao longo daquele ano.

Para o dirigente, no entanto, a projeção de crescimento é mais comedida em 2018, de 3,5% em faturamento. “Será um ano com menos dias úteis para o varejo, além das eleições e a Copa do Mundo de futebol, o que sempre tira um pouco da atenção do consumidor”, acrescentou.

Além dos citados, participaram da coletiva da Abicalçados o diretor geral da Couromoda, Jeferson Santos, e o diretor-executivo da Ablac, Wesley Barbosa.

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