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Mirando comércio 4.0, Osmar Chohfi assume presidência da Câmara Árabe

O embaixador Osmar Chohfi foi confirmado pelo conselho diretor da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira como novo presidente da instituição. Ele sucede ao empresário Rubens Hannun, que comandou a entidade por quatro anos.

Em seus anos de Itamaraty, Chohfi serviu como representante diplomático na Espanha e no Equador. Assumiu funções nas embaixadas brasileiras na França, Argentina, Bolívia e Venezuela. Foi secretário-geral do Ministério de Relações Exteriores nos anos finais do governo de Fernando Henrique Cardoso, além de ter chefiado a missão permanente do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA).

Na presidência da Câmara Árabe-Brasileira, Chohfi pretende fazer uma gestão com foco no estreitamento da interlocução com governos e associações empresariais, no apoio às negociações dos acordos de livre comércio, na diversificação da pauta e na aceleração das iniciativas de digitalização da entidade para criar um modelo de comércio exterior em moldes digitais.

“Queremos organizar uma câmara 4.0, alinhada com os padrões modernos de governança social e ambiental. Estamos em um processo de modernização que terá investimento em plataformas tecnológicas e infraestrutura física para estar mais presentes em regiões estratégicas do Brasil e nos mercados árabes”, revela.

O embaixador planeja abrir um escritório da entidade em Brasília até o fim do ano e mais dois novos pontos de presença, em Riade (Arábia Saudita) e no Cairo (Egito), que vão se somar à unidade aberta em Dubai (Emirados Árabes) em 2019. A expectativa é, além de estreitar a interlocução com os governos do Brasil e de três grandes destinos para os produtos brasileiros, projetar a presença da Câmara Árabe no âmbito de influência regional daqueles mercados.

Chohfi também quer estruturar uma plataforma pioneira de desembaraço aduaneiro digital entre o Brasil e o mundo árabe. Com previsão de entrar no ar no segundo semestre, a plataforma Ellos contará inicialmente com espaços virtuais de showroom e de negociação para empresas árabes e brasileiras.

Outra medida que o novo presidente da Câmara Árabe considera relevante é fortalecer a interlocução entre startups brasileiras e árabes. Chohfi prevê também ações para fortalecer a marca do produto brasileiro produzido em respeito às normas do islamismo (halal), para fortalecer a interlocução cultural com o bloco e, principalmente, para ajudar a destravar as negociações dos acordos de livre comércio com o mundo árabe.

Os acordos do Mercosul com Palestina, Marrocos, Líbano e Conselho de Cooperação do Golfo, bloco regional que reúne os países da Península Arábica, ainda devem contornar sensibilidades em ao menos um dos lados.

Para Chohfi, os acordos podem agregar novos produtos à pauta de comércio hoje concentrada em commodities agrícolas do lado brasileiro e petrolíferas no lado árabe. Ele cita como exemplo o efeito benéfico do entendimento Mercosul-Egito, em vigor desde 2019.

“O acordo Mercosul-Egito trouxe para a pauta um novo conteúdo, produtos novos, que passaram a ter novo significado na relação comercial. A corrente de comércio Brasil-Liga Árabe gira em torno de US﹩ 18 bilhões e certamente pode ser ampliada, com inclusão de ainda mais produtos de valor agregado”, defende.

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