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Indústria da construção fecha 2013 com atividade em queda

Pesquisa da CNI avalia que a dificuldade de acesso ao crédito foi um dos obstáculos ao crescimento do setor. Em dezembro, a utilização da capacidade de operação das empresas caiu para 69%

O nível de atividade da indústria da construção brasileira ficou em 44,5 pontos e o número de empregados no setor foi de 45,2 pontos em dezembro do ano passado. As informações são da Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta quarta-feira (29) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os indicadores de atividade e de número de empregados variam de zero a cem. Abaixo de 50 indicam retração.

Com a atividade fraca, a utilização da capacidade de operação das empresas, variável que mede o percentual utilizado no mês do volume de recursos, mão de obra e maquinário, diminuiu de 70% em novembro para 69% em dezembro. Foi a segunda queda consecutiva do indicador. De acordo com a pesquisa, a indústria da construção teve em 2013 o pior desempenho desde 2010. “O indicador de evolução do nível de atividade efetivo em relação ao usual situou-se abaixo dos 50 pontos durante todo o ano”, diz a Sondagem. A média do indicador no ano passado foi de 44,7 pontos.

Para o economista da CNI Danilo Garcia, um dos fatores que explicam o fraco desempenho do setor em 2013 foi a dificuldade de acesso ao crédito. O indicador de acesso ao crédito fechou o quarto trimestre em 41,9 pontos, abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que revela dificuldade de obtenção de financiamentos. O indicador médio do ano foi de 43,2 pontos, menor que os 47,6 pontos de 2012 e os 50,4 pontos de 2010. Ouça o que Garcia disse:

LUCRO E PREÇO – Além disso, os empresários continuam insatisfeitos com a margem de lucro. O indicador de margem de lucro operacional ficou em 46,6 pontos no quarto trimestre, abaixo da linha divisória dos 50 pontos. Ainda no quarto trimestre, o indicador de preço dos insumos e matérias-primas alcançou 60,7 pontos, acima da linha divisória de 50 pontos, que revela aumento. A situação financeira foi considerada satisfatória no quarto trimestre, com indicador de 49,8 pontos, muito próximo da linha divisória de 50 pontos.

Entre os principais problemas enfrentados pela indústria da construção no quarto trimestre, os empresários citaram a elevada carga tributária (48,2% das respostas), a falta de trabalhador qualificado (44,5% das respostas) e o alto custo da mão de obra (25% das assinalações).

Mesmo assim, os empresários começam 2014 mais otimistas em relação ao futuro. Em janeiro, o indicador de expectativas para os próximos seis meses em relação ao nível de atividade subiu para 57,7 pontos e o de expectativa em relação a novos empreendimentos e serviços aumentou para 58,4 pontos. Também melhoraram as perspectivas sobre a compra de insumos e matérias-primas (56,6 pontos) e de evolução do número de empregados (56,6 pontos). Apesar do maior otimismo, esses indicadores ainda estão abaixo do observado em janeiro do ano passado. Os indicadores de expectativa variam de zero a cem. Acima de 50 indicam expectativas positivas.

Realizada em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a Sondagem Indústria da Construção de dezembro de 2013 ouviu 463 empresas, das quais 144 de pequeno porte, 203 médias e 116 grandes, entre 6 e 16 de janeiro deste ano.

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