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Startup usa o conceito de agricultura digital para melhorar resultados no agronegócio

Controle de pragas e doenças, monitoramento de plantio, de colheita, de manejo, perspectivas de produção. Para respaldar tudo isso, o produtor rural encontra no mercado, na maioria das vezes, serviços de geoprocessamento que ainda podem levam dias para fazer o levantamento e análise de dados de forma manual. Por meio de uma ferramenta digital, uma startup de Maringá, no Paraná, entretanto, consegue entregar esse tipo de informação, e com a promessa de mais precisão, em questão de segundos.

Concebida para tornar a produtividade mais eficiente e sustentável no campo, a FarmGO desenvolveu a solução buscando parcerias com gigantes do mercado e instituições, que coletam informações via rede de satélites, inteligência artificial, drones, internet das coisas e outros recursos. Entre eles estão a Amazon, a NASA, a Agência Espacial Europeia, a Google. Além disso, respaldam o trabalho dados do World Bank Group e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), além do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Os dados levantados junto a esses parceiros são processados por um algoritmo desenvolvido pela startup, cujo resultado é focado em entregar maior valor ao cliente final, que é o produtor rural, que passa a ser assistido por meio de empresas que levam estas novas tecnologias ao campo. Exemplos são seguradoras, agroindústrias, cooperativas e demais empresas interessadas na otimização de processos e maior rentabilidade entre os atores de toda a cadeia produtiva do agronegócio, sem isso custar a mais ao produtor final.

De acordo com o sócio fundador da empresa, Ricardo Matiello, a jornada está sendo trilhada para tornar a FarmGO, no mercado agro, um unicórnio, ou seja, a empresa a alcançar o valor de mercado de US$ 1 bilhão. A ambição é para poucos, mas tornou-se tangível à medida que a nova estratégia de negócios se mostrou acertada.

A alavancagem de negócios neste ano é mostra disso. Atualmente, há 25 mil áreas monitoradas, o equivalente a 756 mil hectares sob exame em tempo real, e que pode aumentar em mais três vezes, graças a uma parceria que está sendo firmada com uma grande indústria de produtos químicos – a empresa já está fabricando produtos biológicos, uma tendência em que a FarmGO também mira. “Hoje nosso faturamento está atingindo a casa de R$ 1 milhão. Apenas com este novo cliente potencial, e um novo produto de inteligência de mercado, que está sendo desenvolvido, o faturamento deve ultrapassar os R$ 5 milhões em 2020”, estima Matiello.

Além de buscar resolver o problema nos ambientes produtivos do Brasil, a intenção é expandir em breve para mercados vizinhos como Paraguai e Argentina e, na sequência, Estados Unidos, Austrália e África do Sul, pensando no cenário macroeconômico. Conforme Matiello, as demandas do mercado de grãos e as guerras comerciais entre países, como ocorre hoje entre Estados Unidos e China, abrem oportunidades no mercado internacional. Por isso a empresa entrou para o Programa de Qualificação para Exportação, o PEIEX, oferecido pela Apex-Brasil, para que empresas iniciem processos de exportação de forma planejada e segura.

A nova fase da startup veio com a consciência de que é preciso abortar alguns planos para poder investir em outros. Essa noção, entretanto, está no DNA da empresa desde que a primeira semente foi plantada, com a participação na Trilha de Startups do Sebrae/PR. No programa, que possibilita aos participantes tirar ideias do papel, Matiello tentou, à época, estruturar um projeto para monitorar construções civis com drones, por exemplo, até pensar a plataforma capaz de fornecer dados para ajudar produtores rurais e engenheiros agrônomos. “Tudo aconteceu dentro do Sebrae”, frisa Matiello.

Para o consultor do Sebrae/PR, Nickolas Kretzmann, a FarmGO é exemplo de empresa que fez a lição de casa, entendendo a lógica mais dinâmica, agressiva e veloz, também mais ousada e arriscada, do mundo das startups. “Foram dois anos passando por validações e mudanças até encontrar o modelo de negócio correto, com o produto correto, para o mercado correto. Agora a empresa está se consolidando com planos muito mais ambiciosos”, comenta.

O papel do Sebrae/PR no atendimento a startups é ajudá-las levando-as do ponto “a” para o “b”. “No caso da FarmGO, havia uma ideia que foi modelada aos poucos, em etapas de criação, aceleração e desenvolvimento, até chegar a algo já muito próximo do mercado. Isso ajudou a chegar a potenciais investidores e clientes”, diz o consultor.

Atualmente, a FarmGO funciona dentro da aceleradora de startups sem fins lucrativos, localizada em Maringá, a Evoa, o que também possibilitou aproximação com parceiros e investidores.

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