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Os novos formatos das feiras de negócios

Analista da Apex-Brasil expõe, no podcast da Agência, os três novos formatos das feiras que vêm prevalecendo durante a pandemia e aquele que ele prevê na volta da normalidade.

As feiras de negócios sempre foram um dos instrumentos mais poderosos de divulgação de produtos no mercado externo e interno e, consequentemente, de ampliação das suas vendas. Além disso, esses eventos mostram aos seus participantes os avanços dos seus setores e possibilitam aos expositores contatos comerciais com clientes tradicionais e com clientes em potencial em um único local. É através de uma feira que uma empresa pode avaliar a sua posição e o seu grau de competitividade no setor.
A pandemia e as consequentes medidas sanitárias necessárias impactaram fortemente as feiras de negócios impossibilitando, ou dificultando muito, o contato pessoal. O mercado, então, precisou encontrar soluções para a continuação dos seus negócios. Nesse sentido, as negociações e operações digitais ganharam força e o e-commerce se desenvolveu e se aprimorou viabilizando as negociações.
A dúvida que paira sobre os organizadores de feiras é sobre qual seria o formato ideal desses eventos durante e após a pandemia. Vários modelos já estão sendo utilizados para que as feiras possam ser realizadas em conformidade com as medidas sanitárias e com segurança. A forma ideal desses eventos surgirá com a prática ao longo do tempo. Uma coisa é certa, as feiras de negócios nunca mais serão iguais àquelas ocorridas antes da pandemia.
Emerson Raiol, analista de Agronegócios da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), aborda, com muita propriedade, no podcast da Agência (ApexCast), como as feiras de negócios foram atingidas pela pandemia e destaca três formatos que vêm prevalecendo na realização destes eventos. Ele prevê, também, a integração das formas presencial e virtual nas feiras após a pandemia. A seguir estão registrados alguns trechos da participação de Raiol no podcast em questão:
“As feiras de negócios não se resumem, apenas, na exposição de produtos. Elas apresentam tendências internacionais, a situação do setor e a visualização e degustação de produtos. Além disso, as feiras possibilitam contatos comerciais e pessoais entre seus participantes, bem como, o esclarecimento imediato de dúvidas sobre o produto e a empresa expositora.
A exigência de um distanciamento social e o cancelamento de rotas aéreas, entre outras medidas sanitárias contra a pandemia, impactaram fortemente as feiras, uma vez que o contato presencial é a principal vantagem deste tipo de evento. Surgiram, então, neste contexto, três soluções para que as feiras continuem gerando negócios.
A primeira delas diz respeito à ação de plataformas virtuais, nas feiras, para a realização de encontros, rodadas de negócios, conferências, lives, podcasts, entre outros, para viabilizar os negócios. Podemos citar como exemplo desse caso a BioFach 2021, a principal feira internacional de produtos orgânicos, que ocorre anualmente na Alemanha.
A outra solução refere-se a feiras presenciais com acesso limitado a expositores e compradores qualificados, respeitando todos os protocolos de segurança, tais como a utilização de máscara, detectores de temperatura, álcool gel, etc. Algumas outras providências, nesse sentido, também foram adotadas neste modelo, como, por exemplo, o aumento dos espaços dos corredores para evitar aglomeração. Maiores espaços de circulação são voltados principalmente para aquele grupo de visitantes que quer conhecer a feira e os produtos, e ver tendências, mas não está direcionado para a realização de negócios. Outra providência é a de não permitir o acesso de pessoas locais, que normalmente entram para ver os produtos e pegar amostras no último dia do evento.
Um exemplo desse tipo de feira foi a Gulfood deste ano, em que os nossos empresários foram para Dubai e, após testes e poucos dias quarentena, puderam participar da feira.
Por fim, nós temos eventos em que todos os expositores e visitantes são residentes do país de ocorrência da feira. Trata-se de países cujo protocolo de saúde e de entrada de estrangeiros é muito rígido, com a exigência de quarentena de duas semanas para os participantes vindos de outro país, além de outros itens. Neste tipo de feira destacam-se os exportadores que têm representantes comerciais no país do evento para divulgarem seus produtos e marcas.
Exemplos desse caso são a China International Import Exposition, que ocorreu em Xangai, no ano passado, e, mais recentemente, a Foodex Japan, que ocorreu perto de Tóquio. Trata-se de feiras muito importantes para a área de alimentos.
Uma dúvida, que vem ocorrendo com frequência, diz respeito ao cenário econômico pós-pandemia. Na minha perspectiva profissional, a restrição geral no consumo, criada pela pandemia, está dando origem a uma grande bolha de demanda reprimida envolvendo muitos segmentos da nossa sociedade. Quando, então, o mundo estiver mais seguro, seja por conta de vacina seja por conta de outros medicamentos, essa bolha vai estourar, causando uma enxurrada de consumo de produtos e serviços.
Nessa situação, as feiras terão um papel fundamental, pois abrangem todos os setores demandados e, como sempre, se constituirão num ponto de encontro, nacional e internacional, de cada setor envolvido.
A experiência virtual adquirida no período de ocorrência da pandemia será incorporada às feiras, que manterão as suas vantagens oriundas das presenças físicas do expositor, do visitante e do produto. Isso quer dizer que as feiras não serão mais as mesmas de antes da pandemia, mas esse sistema híbrido vai ter uma integração ideal a médio e longo prazo.
Gostaria de salientar que em uma feira de negócios o foco principal não são os produtos, mas sim as pessoas e os contatos comerciais e que as expectativas para o período pós-pandemia são muito boas.
A Apex-Brasil estará junto com os nossos empresários para auxiliá-los e apoiá-los tanto nos eventos presenciais quantos nos virtuais”.

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