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MPMEs ficam com 40% dos empréstimos do BNDES no primeiro semestre de 2017

Micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) se destacaram no desempenho operacional do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no primeiro semestre de 2017 com a ampliação da sua participação no total de empréstimos da instituição. Entre janeiro e junho deste ano, o BNDES desembolsou R$ 33,5 bilhões.

Desse total, 40% foram emprestados para MPMEs, empresas com faturamento anual de até R$ 300 milhões. É a maior participação alcançada por esse segmento nas liberações do BNDES no primeiro semestre em seis anos. Foram R$ 13,3 bilhões em quase 173 mil operações com MPMEs na primeira metade de 2017.

Entre 2015 e 2016, a fatia das MPMEs nos empréstimos do BNDES já havia aumentado de 27% para 31%. O crescimento mais forte dessa participação este ano está ligado a uma série de iniciativas do BNDES para ampliar e simplificar o acesso desse segmento ao seu crédito, uma das prioridades das novas políticas operacionais do Banco, lançadas em janeiro. Entre essas medidas, destacam-se a criação de novos canais de distribuição, o aumento de prazos e a ampliação de R$ 90 milhões para R$ 300 milhões do limite de faturamento para o enquadramento de empresas nas condições de financiamento do BNDES para MPMEs. No mês passado, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, lançou o Canal do Desenvolvedor MPME, um marco estratégico na atuação do Banco junto a esse segmento. Em três semanas, o canal teve mais de 50 mil consultas e recebeu cerca de 5.700 solicitações. Além de ampliar a informação dos empreendedores sobre o crédito do BNDES para MPMEs e dar agilidade aos pedidos, o ambiente digital ajuda o Banco a conhecer melhor esse público para seguir aprimorando seus instrumentos de acordo com as necessidades desse segmento, que é o maior gerador de empregos na economia.

Isso não significa melhorar apenas as condições das linhas de crédito. Um dos principais obstáculos para o acesso ao crédito de MPMEs, por exemplo, é a exigência de garantias. Para auxiliar as MPMEs a superar essa deficiência, foi criado em 2009 o fundo garantidor BNDES FGI, que complementa as garantias oferecidas aos agentes financeiros sem isentar os tomadores do crédito de suas obrigações financeiras. O fundo teve regras aprimoradas no início deste ano. Foi ampliado de R$ 1 milhão para R$ 3 milhões o limite máximo a ser garantido por operação apenas com exigência pelo fundo do aval dos sócios da empresa que demanda o crédito. Outra mudança foi a elevação para 80% do limite do financiamento a ser garantido em todas as modalidades cobertas pelo BNDES FGI. O número de operações do fundo mais do que quadriplicou no primeiro semestre de 2017 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Foram 1.850 operações na primeira metade deste ano, com valor garantido de R$ 348,4 milhões para financiamentos que somaram R$ 463 milhões. Nos primeiros seis meses de 2016, o BNDES FGI havia registrado 436 operações, com R$ 144,8 milhões em garantias relativas a financiamentos de R$ 201,7 milhões. Outro destaque do primeiro semestre deste ano foi a superação da marca de R$ 6 bilhões em financiamentos já concedidos com a garantia do FGI desde a sua criação.

Capital de giro – Também contribuiu para o aumento da participação de MPMEs nos desembolsos do BNDES neste primeiro semestre o crescimento acelerado da linha de crédito para capital de giro BNDES Progeren, que somou R$ 3,3 bilhões em desembolsos no primeiro semestre de 2017, alta de 367% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram para MPMEs 82% do montante emprestado na primeira metade do ano por esta linha de crédito, criada com o objetivo de suprir empresas com capital de curto prazo para atravessar o atual contexto da economia mantendo capacidade produtiva e empregos. Apenas em junho, a BNDES Progeren desembolsou R$ 603 milhões (alta de 384% na comparação com o emprestado no mesmo mês de 2016), pouco menos do que foi liberado por meio dessa linha em todo o primeiro semestre do ano passado (R$ 706 milhões).

Finame – Outra linha de crédito do BNDES que impulsionou a participação de MPMEs no desembolso total do Banco foi a Finame, que financia a aquisição de máquinas e equipamentos. Dos R$ 8,7 bilhões desembolsados por essa linha na primeira metade de 2017, 65% foi para MPMEs. Os desembolsos da Finame fecharam o primeiro semestre praticamente estáveis em relação ao mesmo período de 2016, com queda de 1%. No entanto, as aprovações tiveram alta expressiva de 42%, reforçando a expectativa de recuperação dos desembolsos no segundo semestre. Entre janeiro e junho deste ano, a Finame aprovou quase R$ 11 bilhões em crédito, impulsionando o aumento de produtividade nas empresas e no campo, assim como a demanda da indústria de bens de capital.

Em maio deste ano, os desembolsos da Finame haviam registrado a primeira alta (11%) na comparação com o mesmo mês do ano anterior desde setembro de 2014. Em junho, esse crescimento acelerou para 28% na comparação com o mesmo mês de 2016, somando R$ 1,7 bilhão em desembolsos. No mesmo mês, foram aprovados pouco mais de R$ 2 bilhões nessa linha, alta de 39% em relação a junho de 2016. As aprovações da Finame costumam se converter rapidamente em investimentos porque a contratação e o desembolso ocorrem, em média, em menos de duas semanas.

Dados agregados – Ainda refletindo o quadro econômico de baixa demanda por crédito para investimentos dos últimos dois anos, o total de desembolsos do BNDES nos seis primeiros meses deste ano somou R$ 33,5 bilhões, recuo de 17% em relação ao mesmo período de 2016. O resultado manteve a desaceleração da queda dos desembolsos iniciada no ano passado. Na primeira metade de 2016, o volume liberado pelo BNDES caiu 42% ante o mesmo período do ano anterior. O segundo semestre mostrou retração mais amena, de 28%, também em relação ao mesmo período de 2015. Agora, o resultado de 17% confirma a tendência.
No segmento de MPMEs, as liberações caíram 4% na comparação semestral, bem menos do que a retração de 23% nos desembolsos para grandes empresas, que somaram R$ 20,2 bilhões na primeira metade do ano. Com isso, a participação das MPMEs aumentou no desembolso total do BNDES, puxada principalmente pelas médias empresas.

Na distribuição por setores, o de Agropecuária foi o único com expansão, de 3%, somando R$ 6,9 bilhões em desembolsos nos primeiros seis meses do ano, refletindo a safra recorde e os programas agrícolas do Governo Federal. No mesmo período, as liberações para Infraestrutura caíram 6% na comparação com o primeiro semestre de 2016, mas houve destaque positivo para os setores de Telecomunicações (475%) e Energia Elétrica (42%). Comércio e Serviços e Indústria tiveram as retrações mais fortes: 13% e 42%, respectivamente.

As aprovações do BNDES somaram R$ 32,2 bilhões no primeiro semestre, queda de 26% em relação ao mesmo período de 2016, mas houve crescimento em setores de infraestrutura como Energia Elétrica (108%), Telecomunicações (51%) e Transporte Rodoviário (8%). Consultas e enquadramentos, primeiras etapas da tramitação dos pedidos de crédito no BNDES, tiveram queda de 15% e 13%, respectivamente. No entanto, alguns setores chamam a atenção pela alta expressiva nas consultas, que espelham as intenções de investimento no curto prazo, como Celulose e Papel (1.983%), Química e Petroquímica (216%), Mecânica (62%) e Alimento e Bebida (35%).

Na distribuição regional, o volume de recursos liberados pelo BNDES entre janeiro e maio aumentou no Nordeste (9%) e no Centro-Oeste (8%). A retração dos desembolsos foi concentrada nas regiões Sudeste (-28%), Sul (-20%) e Norte (-16%).

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