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Exportação aos árabes pode chegar a US$ 20 bilhões em 2022

O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rubens Hannun, deu uma palestra para os participantes do programa de formação de lideranças Pró-Líder, no sábado, na sede da entidade, em São Paulo. Hannun falou sobre o comércio exterior do Brasil em geral, dos negócios entre o País e o mundo árabe em especial e do trabalho da Câmara.

Ele detalhou, por exemplo, as perspectivas de crescimento do comércio de Brasil com os países árabes. “Queremos chegar a US$ 20 bilhões em exportações brasileiras em 2022”, disse. No ano passado, as vendas brasileiras à região somaram US$ 13,6 bilhões. Ou seja, para atingir a meta, será necessário um aumento de 47% nos embarques.

Segundo Hannun, a Câmara Árabe pretende trabalhar para que o Brasil assine mais acordos comerciais com nações árabes, fortalecer a “marca Brasil” na região, desenvolver oportunidades na área de segurança alimentar, atrair investimentos diretos árabes ao País e fomentar negócios que levem em consideração a sustentabilidade.

Na área de segurança alimentar, ele destacou que os países do Oriente Médio e Norte da África não são autossuficientes em alimentos e têm grande preocupação em garantir o abastecimento de suas populações, ao passo que o Brasil é líder na produção e exportação de diversos itens agropecuários.

“O fato de o Brasil ser líder no agronegócio agrega valor ao País, porque para ser líder é preciso alta produtividade e um investimento muito grande para se produzir uma agricultura de excelência. E o mundo está vendo isso”, declarou.

Nesse sentido, ele anunciou que a Câmara Árabe vai apresentar um estudo sobre segurança alimentar na 6ª Conferência Árabe sobre Investimentos em Segurança Alimentar, que será realizada nos dias 14 e 15 de novembro em Fujairah, nos Emirados Árabes Unidos, com organização da União das Câmaras Árabes, instituição à qual a Câmara Árabe Brasileira é filiada.

“Vamos apresentar este estudo lá. A Câmara pretende ser curadora de investimentos árabes no Brasil. Os fundos árabes de investimentos gerenciam cerca de US$ 2,3 trilhões”, ressaltou Hannun.

Iceberg

Ele acrescentou que a missão da Câmara Árabe é “conectar brasileiros e árabes para promover o desenvolvimento econômico, social e cultural”. Hannun deu especial ênfase à importância que o intercâmbio em outras áreas tem para o desenvolvimento do comércio.

O executivo fez uma analogia com um iceberg, em que a ponta que fica fora d’água representa os negócios, mas o que dá sustentação a isso, a parte submersa, inclui esforços na área diplomática, intercâmbio cultural, turismo, cooperação na área social, fortalecimento de marca e outras ações que garantem protagonismo nas relações de um país com outro, ou com um bloco ou região.

“Não queremos só vender, temos uma responsabilidade social aqui e nos países árabes”, declarou. Daí a Câmara Árabe participar de iniciativas que extrapolam o comércio. “Sem uma aproximação cultural, os negócios não acontecem de forma natural e sustentada”, afirmou. Em 2019, por exemplo, a Câmara Árabe pretende promover no Brasil uma exposição em parceria com o Instituto do Mundo Árabe (IMA), de Paris.

Hannun acrescentou que o trabalho da Câmara muitas vezes ultrapassa as fronteiras do mundo árabe. Como exemplo, ele citou a Sial Paris, uma das maiores feiras mundiais da indústria alimentícia, que será realizada de 21 a 26 de outubro na capital francesa. Pela segunda vez consecutiva, a entidade irá promover o Halal Day na mostra, reunindo empresários árabes para conhecer empresas brasileiras que produzem alimentos halal.

“A aproximação entre povos independe de onde eles estejam. Os árabes frequentam muito esta feira, então nós vamos onde eles estiverem”, disse.

Halal são produtos que podem ser consumidos por muçulmanos, pois foram preparados obedecendo tradições da religião. O mercado halal engloba não só os países árabes, mas todas as nações islâmicas e populações muçulmanas espalhadas pelo mundo, e é avaliado em US$ 3 trilhões.
Alexandre Rocha/ANBA

“O Brasil começa a ser reconhecido pelos árabes como fornecedor de produtos halal”, destacou o executivo. O País está em 35º no ranking de fornecedores halal, mas sobe para a 4ª colocação quando se trata de alimentos e figura na 1ª posição no que diz respeito a proteína animal. Ou seja, o Brasil é o maior exportador de carne halal do mundo. A área de cosméticos halal começa também a despontar no País com forte potencial.

Hannun revelou ainda que em 2020 a Câmara Árabe pretende organizar um novo Fórum Econômico Brasil-Países Árabe, semelhante ao que ocorreu em abril deste ano, em São Paulo, que reuniu centenas de empresários e autoridades das duas regiões.

Jovens

O diretor executivo do Instituto Four, que realiza o Pró-Líder, Wellington Vitorino, disse que o programa este ano teve 5,6 mil inscritos e 41 selecionados para 180 horas de atividades divididas ao longo de sete meses. São jovens de 16 a 35 anos (média de 23 anos e oito meses) de 16 estados.

Ele destacou que a palestra de Hannun foi importante para dar uma visão diferente do comércio exterior, pois as atenções hoje estão muito centradas nos mercados da Ásia.

Fonte: www.anba.com.br

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