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BNDES inaugura escritório de representação na África

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deu mais um importante passo para ampliação de sua presença internacional, inaugurando nesta sexta-feira, 6, seu escritório no continente africano. A representação do BNDES está localizada em Joanesburgo, na África do Sul.

A ação do Banco visa ampliar seu relacionamento com as instituições regionais e locais, bem como aprofundar os conhecimentos sobre o ambiente empresarial africano. A presença na África deve ajudar a fomentar a realização de mais negócios entre o Brasil e o continente, contribuindo para o desenvolvimento econômico mútuo.

O movimento do BNDES também reafirma a prioridade dada pelo governo brasileiro às relações com a África. No ano passado, os assuntos referentes ao continente africano passaram a ser de competência de uma diretoria específica do BNDES.

Participaram da cerimônia de inauguração o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e o diretor responsável pelos assuntos relativos à África, América Latina e Caribe, Luiz Eduardo Melin. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, enviou mensagem em vídeo.

A cerimônia foi iniciada com um momento de silêncio em homenagem ao líder sul-africano Nelson Mandela, que faleceu na véspera. Coutinho afirmou que a cerimônia ocorria em “um dia de pesar, mas Mandela deve ser uma inspiração para tudo que fizermos aqui”.

“Esta é uma ocasião em que nossa dor convive com um senso de futuro, um senso de compromisso e um componente de esperança em relação ao futuro de nosso relacionamento e ao futuro da África”, afirmou o presidente do BNDES.

O escritório do BNDES está localizado no principal centro financeiro do continente, em Joanesburgo, na África do Sul, país que integra, junto com Brasil, Rússia, Índia e China, o bloco das potências emergentes conhecido como Brics. Além do escritório na África, o Banco possui uma representação em Montevidéu e uma subsidiária em Londres.

Assim como as outras operações do Banco fora do Brasil, o escritório possui uma estrutura enxuta: são três empregados do BNDES e dois colaboradores locais. A equipe é chefiada por Paulo Roberto Araújo, um executivo do BNDES com mais de 20 anos de carreira e uma extensa experiência junto à Área Internacional do Banco.

A representação vai prestar informações sobre as modalidades de financiamento às exportações de bens e serviços brasileiros e sobre os instrumentos de apoio à internacionalização de empresas brasileiras que buscam oportunidades de negócio na África (joint ventures, investimento para instalação de novas unidades/filiais ou para expansão). Também será um canal para contatos mais ágeis entre o Banco, empresas e organismos com atuação regional.

O trabalho do escritório, entretanto, não terá caráter operacional. Quando a atuação resultar em uma possível operação de apoio pelo BNDES, todo o trabalho de enquadramento, análise, aprovação, contratação e acompanhamento dos projetos continuará sendo realizado a partir da sede do BNDES, no Rio de Janeiro.

Histórico – O BNDES vem apoiando, desde a década passada, operações de exportações de bens e serviços brasileiros para a África. Os projetos incluem obras de geração e transmissão de energia, rodovias, saneamento, habitação, logística aeroportuária e exportação de aeronaves, além da exportação de máquinas e equipamentos, incluindo maquinário agrícola.

Desde 2007, o BNDES desembolsou US$ 2,9 bilhões para operações na África, em países como Angola, Moçambique, Gana, África do Sul e Guiné Equatorial. Nestas operações o Banco financia apenas a parcela dos investimentos referentes às exportações de bens e serviços brasileiros.

A África tornou-se nos últimos anos uma das regiões do globo com crescimento mais dinâmico. Entre 2003 e 2012, o PIB do continente expandiu-se, em média, 5,1% ao ano, bem acima da média mundial, que atingiu 2,7% no período, segundo dados do Bird. A melhora da situação econômica tem ocorrido paralelamente aos processos de estabilização política e melhoria institucional, reforçando-os.

Ao mesmo tempo, o crescimento do comércio do Brasil com a África vem acompanhando o crescimento do comércio internacional africano. Entre 2000 e 2012, a corrente de comércio entre as duas regiões aumentou mais de seis vezes, passando de US$ 4,9 bilhões para US$ 26,5 bilhões. O peso da África em relação ao total do intercâmbio comercial brasileiro com o resto do mundo também foi ampliado. A participação era de cerca de 3% ao longo da década de 1990 e está atualmente em torno de 6%.

“Queremos apoiar a expansão das atividades das empresas brasileiras na África, mas desejamos fazer isso de maneira construtiva”, afirmou Coutinho. Ele mencionou o potencial para associações entre empreendedores africanos e companhias brasileiras, por meio de parcerias e também pela transferência de tecnologia e conhecimento.

Ele enfatizou que a participação de empresas brasileiras em grandes projetos na África tem de ocorrer “cuidando do meio ambiente, cuidando do ambiente social, constituindo-se em exemplo de como se pode trabalhar com uma dimensão humana ao dar suporte ao desenvolvimento deste continente vasto e dinâmico”.

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